Judô e envelhecimento: cair bem pode salvar vidas
- sitefederacao
- 22 de abr.
- 2 min de leitura
Por: Hélio Toshikazu Okamura
Faixa Preta 1º Dan -Academia Judô Okano - Médico do Esporte / Ortopedista
Extraído da palestra ministrada no 3º Encontro dos Kodanshas
Quando falamos em judô, muitos imaginam lutas intensas e atletas jovens. Mas o que poucos sabem é que essa arte marcial, criada em 1882 por Jigoro Kano, pode ser uma grande aliada no envelhecimento saudável — especialmente na prevenção de quedas.
As quedas são uma das principais causas de morte em idosos. Só no Brasil, entre 2000 e 2019, mais de 135 mil idosos morreram por esse motivo. O problema vai além da idade: envolve perda de força, equilíbrio, uso de múltiplos medicamentos e ambientes inseguros.
É aqui que o judô entra em cena. Uma das primeiras lições ensinadas aos praticantes é o ukemi — a técnica de cair com segurança. Em vez de resistir ao tombo, o corpo aprende a “aceitar” a queda, protegendo cabeça, coluna e articulações. Mas é importante destacar: ensinar apenas o ukemi, isoladamente, para pessoas que não praticam judô, não reduz o risco de quedas. O que traz benefícios reais é a prática regular do judô como um todo — com seus movimentos, posturas, exercícios e vivência corporal completa.
O judô melhora postura, equilíbrio, força muscular e até a cognição. Estudos mostram que praticantes idosos têm melhor mobilidade, mais autoconfiança e menor risco de fraturas. Eles desenvolvem não só habilidades físicas, mas também um novo repertório de reações motoras diante de situações inesperadas.
Mais do que uma luta, o judô é uma ferramenta de saúde pública. Quando adaptado e supervisionado, pode ser usado em escolas, centros de convivência e programas para idosos. Ensinar a cair — e a se mover com segurança — é ensinar autonomia.
Envelhecer com movimento, equilíbrio e segurança é possível. E o judô pode ser o caminho.
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